Lendas Amazônicas
93 E a «Santa ;\laria» \·oaYa no dorso da onda, pelo • ,-1 • me10 -.,o no . Tres minutos depois a pororóca havia desapare– cido, seguindo em sua vertiginosa carrei1a pelo rio acima, arrebentando quanto encontrava pela margem . - Nunca tinha visto esta furia, disse eu ao pilo– to, e nem sei como explicar este fenomeno. Ouvindo falar ela pororóca tenhu procurado indagar da causa e ns explicações dos liHos não me satisfazem. -E o que dizem os livros? perguntou o Zeferino. -Os livros dão \ arias causas para este fenomeno, que se não produz somente no Pará, mas tambem em alguns rios da A ·ia . A!:sim para uns, parece qu as aguas, no tempo da lua, vindo com mais força e encontrando os grandss baixos da embocadura do Amazonas e da costa do norte de Marajó, são detidas durante algum tempo e depois galgam - nos com a violencia que ha pouco vimos, formando essa grande onda que Yae entrando pelos rios acima; outros ... - Ora, senhor moço, isto são historias da Caro– chinha ; quem é que não sabe quem faz a pororóca; Eu, Zeferino, con,a-me lá isso. Senhor moço sabe que a yára, a mãe d·agua, a mais linda das mulheres que agora existem, tem o seu reino no fundo eles rios, onde mora com sua immensa côrt~ em palacios de uma riquez a deslum– brante. Um batalhão de milhares de caboclinhos va– lentes e destemidos cumprem as suas ordens. Pois são estes caboclinhos que armados de cacetinhos vão batendo as águas e levantando a onda grande que tudo destróe. A yára manda recolher nos seus pala.– cios encantados os hom~ns que a pororoca -apanha nas margens dos rios e em canôas que naufragam. -Pode ser, pode ser, Zeferino, disse eu rind o . - Pode ser. não senhor, é assim. Como é que desapareceu o velho Foluca, no :-.laiauarú e depois foi
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