Lendas Amazônicas

92 ........................ do rio Acará, que fica a tres leguas de Belém , im-– pulsionada por \·ento em pôpa . A's tres horas dobraYamos a ron ta da cidade e ás cinco horas entravamos no rio Acará . O vento ha– ,·ia caído; ma l tocava nas n las que jaz iam ao com – prido da canôa. A maré de aguas ú rns estarn para repo n ta r. -Oh I Zeferino, lh e dise eu, nós ,·amos descaír com a correnteza: é me lhor atraca r á margem do ri o. -Deus nos livre, f'e nho r moço, e a pororóca? Se ella nos açanhar na bei ra, estamos perdidos. O barco não aguenta. E ' preciso esrern r aqui no me io do rio. Demais a correnteza da rnf'a nte já parou e a poro róca não tarda. - \ ocês são uns medrosos. O que póde fazer a pororóca para este ba rco? - Ah! estes branco?, es~es brancos! Como ell es \'i,·em metidos dentro de casa não te mem nada . Pois garanto ao senhor que se a pororóca nL'S apanhasse na beira do rio, era uma Yez a «Santa Maria» e ne– nhum de nós escapava. Senão oiça o ronco ca bicha que aí vem . -Puz - me a escutar e, com efeito, ou,·i ao lon – ge um barulho surdo como de trovão ou de mar Yiolento quebrando na praia . O rui do descia de mo – mento a momento e se aproximava rapidamente . E m menos de tres minutos fomos levantados no do rso de uma onda colossal e pela margem do rio segui a em correnteza rápida, de mais de dez milhas por hora, arrancando arvores, arrastando tudo com uma violen– cia furib u nda, a ·terrível pororóca. -Aguenta rapaziaàa, berro u o Ze feri no para os remeiros. Rema forte do lado direito, não de ixa o barco encostar!

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