Lendas Amazônicas
81 A neta subiu a ribanceira e na s ua maquyra (1) ocultou a fronte , emquanto a Yelha metia n'agu a o paneiro de mandioca com que mais tarde ia fazer o taritbá. (2) O jurutahy já tinha cantado tres vezes, quando a lua levantou - se pallida e melancólica. A tristeza reinava nos arredores; somente o uacttrrí.1t quebrava o quz'rirz' (3) da floresta, e tudo no tejupar parecia dormir. De repente os cães acoam e lancam-se furios o para a margem do rio, onde as ag uas' ferviam. Um bando de bôtos salt:wa e brincava, fazend o tal ruido, que despertava o latido e os uivos das ca – banas longínquas. Neste momento uma figura, cuj as vestes branqueja\'am , ráp id a desceu a barranca. Era a tapuya que não tinha dormido e cujo coração pal– pitava ao menor rumor das aguas sobre a praia. Quando seus pés tocaram a praia, restabeleceu-se um silencio profundo; os bôtos desapareceram e u1Tia montaria atraYessou, cond u z in do uma sombra humana. A cunhantan o reconheceu: era o pirayauára ... Immovel , eguiu com a vista a montaria que com graça ia de bubuia, quando a surpreendeu a \·oz de sua avó, que do alto da barranca lhe gritou: - ~laué keté taba ressó putari? (4) A tapuya dissimulou, abaixou-se, meteu n' agua a cuiambuca, (5) s uspirou, e, trazendo-a pelo dedo , subiu a barranca. 1) Rê-de de fibras. (B. R. ) 2) Bebid,l inebriante lcit.'.l .:om .'.l m.1ndióc:i puba (B. R. ) 3) Silencio, tristeza. 4) Onde tu queres ir ? (B. R. ) 5) cabaça (baldt) cerrad.1 cm form .1 de cuia. (B. R )
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0