Lendas Amazônicas

-1-'.2 A desconfiança entrou pelo coração apaixonado do velho, que um dia, dirigindo-se ao lago, encontrou _eu filho cercado d2s suas mul heres. O ciume fez esquecer a patern idade, e j urou \"ingar-se do seu rival . Fez uma rêde com as fibras fortes do Curauá e com ella se dirigiu para o lago, onde a estendeu. P uxando-a para terra trouxe nella preso Pahy-Tunaré, porém este, ao chegar á praia, sacudiu-se com tal fo rça que arrebentou e fugiu. Dias depois estava de volta Pahy-Tuna com uma tarrafa feita de fibras ainda mais fortes, e, silencio– so na sua ubá, no meio do lago, esperava que Tunaré - ubisse á tona para respirar. Este não tardou em aparecer. A tarrafa girou no ar, abriu-se, caíu e nas .-uas malhas prendeu Pahy-Tunaré. Como da primeira vez a tarrafa despedaçou-se e o prisioneiro fugiu. Indignado, Pahy-Tuna voltou para a g ruta em que morava, onde algumas mulheres o esperavam. \ ' ia-se a dôr pintada em seu rosto, e pela lentidão de seus movimentos conhecia-se a amargura que ia no seu coração. - Que tens, pobre Pahy-T una? Tens um ar triste e pareces sofrer, disse uma de suas mulheres, a mais bella e mais amorosa. -Nada. Estou velho, passou-se o tempo dos a rnôres ; isto faz com que já se me esqueça. Não vos quero mal, porém desejava possuir uma trança de vossos cabellos para que nos momentos de meu iso – lamento me ocupe com\·osco, entretendo-me em tecer uma rêde, onde o meu. corpo, já cançado, repoise. Pressurosas as mulheres cortaram tranças dos eus cabellos, que entregaram a Pahy-Tuna, que com isso se alegrou. ·

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0