Lendas Amazônicas

40 Vinham precedidas por um só homem, um velho chamado Pahy - Tuna. Chegando á cumiada rochosa , lançaram suas vistas para o horizonte. O espetáculo era magestoso : rios, lagos , campinas e florestas es– tendiam-se a -- eus pés. Aí estabeleceram - se; os annos corriam e as creanças do sexo masculino, que nas– ciam da sua união com Pahy-Tuna, eram desapieda– damente sacrificadas pela mães. Pahy-Tuna já era bastante velho, quando uma da mulheres mais mocas deu á luz uma creanca tão fe ia, tão cheia de ferid~s, com a cabeça tão piróca, ( 1) q ue a mãe teve pena de lla e não a matou . i\las era impossíve l conse1Tal-a entre as suas companheiras, e por isso e!la a escondeu em uma gruta , no mais re– cond ito da flo resta e longe da montanha. Para cu rai-a recorreu ás propriedades das plantas, porém todos os seus esforços foram inuteis. Surgiu - lhe uma idéa um dia: apanhou um tzpi– ly , (2) meteu nelle a creança, pendurou-o, passou o llpz"ty-pema, (3) e assento u- se na sua extremidade, espremendo assim o se u proprio filho. Os humores q ue saíram foram em tal quantidade que , quando ella tiro u o filho, tinha sofrido uma metamorfose . E ra a creança mais linda que jamais se viu. Contente, a mãe ape rtou-o em seus braços , po– rém, depoi s, as lagrimas começaram a deslisar- lhe pelas faces. Como ocultai-o das outras mulheres que o não deixariam de matar ? 1) Pellada, (B. Rodrigues) 2) Cilindro feito de um tecido de talas para espremer a massa J a mandióca. (B. Rodrigues) 3) Travessa de madeira que serve para estiQr o tipity. (B. Ro– drigues.)

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0