Lendas Amazônicas
120 A cord ei-me, j á o sol estava alto. D esc i; procurei o p i ca-páu , havia desapa recido. Tomei o caminho da fazenda, onde cheguei ás onze horas. Durante urna semana recusei tornar á caçada. A narrativa do velho caçador nos impressionava. E s ta– vamos silenciosos. F ui o primeiro a romper o silencio. - E ' sempre a mesma histo ri a: a fébrc \·iolenta produ– zindo todos estes fan tasmas ! - P e rgunte ao P etronilho se ell e estava com fébre quando um dia, esperando caça em um 11mitc7 armado no galho de um piquiáturú, viu o' curupira. O P etron il ho é ho– mem de córagem. Com môfa e sem se assustar g ritou: Oh! cabóclo, que fa zes por aqui ? O curupira abaixou-se, apan hou uma pedra e a rremessou contra o P etronilho que ca íu do muitü com a dôr. P ois bem, o fato era tão verdadeiro que todos na fa zenda viram o signal roxo deixado pela pedra na caixa do companheiro. l',.las como os senhores dU\·idam de tudo, vamos fa zer uma coisa . Tiramos a sorte a ve r qua l dos senhor es dêve fica r sosinho aq ui no centro ; nós outros vamos cmbóra ! Os meus companheir os todos exclamaram : nada, cu não fic o sosinho aqui. - J oão Antonio, eu aceitava a proposta se soubesse o caminho para voltar e havi a de te provar que não tenho medo do teu curupira. O velho caçador deu uma gostosa gargalhada dizendo; •Sim, eu creio, quem tem medo sou cu !• ~~~~ ~~«~
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