Lendas Amazônicas

11 5 -O senhor doutor não ouviu es ta noite a rnatinta– perera que passou aqui na praça? - Ouvi, mestre J osé, e fi guei conYencido não ser o terrível duende outra co isa senão um passarinho no turno, q ue gosta de cantar nas noites de lua . -Ca n ta r! i\1as então o senh or chama ca ntar á quelles g ri tos q ue fazem arre piar os cabellos ! Can – ta r, o ra esta é bôa ! Passa ri nh o, passa ri nho ! é sempre a mes ma coisa. ~ em r arece que o seu c'o u tor é h o– mem reli gioso, não ac red i,a nas co isr, s de Deus. -Alto· lá , mestre J os~, coisas de Deu s é modo d e fala r ; eu não ac red ito nestas bruxa rias q ue me pa recem coisas do d iabo . -Não di ga isso : nós estamos com Deus e é por isso qu e essas bruxas q ue \·iram em lobz'sho111em , n zatz'nt a-per era e o mais não nos podem faze r mal. -Como' 111atint a-per er ri é tambem alguma bruxa? - Oh! se é! Se o senhor tiH sse dito á mati n t a q ue passou es ta noite aq ui na praça : 1.·e11z buscar tabaco anzanhã- já ell a e tava reclamando a rromessa. Nós sabemos q u em é aq u i no P inhe iro a 111ati11ta-perera . -Ora diga - me q uem é . -Ora, o sr. conhece a ,·el ha Catharina, coxa, ceg ueta, q ue mora lá para as bandas do cem iterio, po r trás da barraca do \·elho Claud i no ? - ?. .. -Pois é ella . Não pude con ter uma bôa ga rgalh ada . -Pobre Cathari na ! pois alem de suas moles tias, de s u a mise ria, vocês fazem dell a nzcttz'11ta-p erera/ C oitada da velh a ! - Ella está cumpri ndo o seu fa daria. Se o sr. douto r sou besse a h is toria dessa velha ; o que ella fe z n o tempo da Cabanagem, quando ia fazer orgia com os cabanas, companheiros della, nos cem iterios, não t eria dó dessa bruxa . Na lua passada ella giro u para

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