Lendas Amazônicas
114 a impressão dessas narrath·as, se nti uma especie de pavor quando o terri,·el assobio quebro u c1 silencio da noite. Será u m passam nolivago, desses que abundam em nossas matas, lançando, com se us g ri tos estri Jen – tes , 0 terror nas almas simples dos nossos se rtanej os? Um velho amigo contou-me que, em uma esplen– dida noite de luar, tão frequentes e tão be llas em nossos céus equatoriaes, oudu o grito da niati 11ta-perer a , bem junto á janella de se u quarto, na faze n da, cercada de um grande terreiro i nteiramente descampado. Resolveu por a limpo o mys terio. Chamou os escravos e deu caça á niatiuta-perer a. ce rcando - a e dando tiros de espingarda para o lac'o de onde partia o assobio . Este reprcduzia- ·e cada vez mais a miude, irritado, passando de um lado pa ra ou tro, a pequena distancia, sem, no entanto, pode r ser pe rcebido o animal ou duende que o lançava , apeza r de a no ite estar bastante clara . De repente tudo cessou, ou,·i ndo– s e o assobio e a voz a grnnde distanci~. O me u velho amigo concluía ser a matz'Jzta-perer a um passarinho branco, moti\'O pelo qual não se o pod ia pe rceber. Pela manhã ainda sentia a impressão que me hm·ia causado o estrídulo a~sobio. -Bom dia, senhor doutor. -Bom àia, mestre José . l\Iestre José e ia um n_egro, meu visi nho, muit o bom, mas muito fa lante, imbuído em todas as su– perstições e que muit&s vezes distraía-me com suas historias mysteri osas e fica,·a desesperado por não 3creditar eu nellas . Elle sabia benzer qttebn~nto , mrio ol!tado , espi- 11ltela caída, cobrello e tttttz qurmtz'; con hecia os logares onde havia dinheiro enterrado: ouYia vozes que o avisavam de perigo ou o censuravam q uando \"Oitava tarde da noite para casa, sempre cambaleando. - Que ha de no\'o, mestre J osé?
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