Lendas Amazônicas

110 cacory, uma engenho a armação que dá entrada ao peixe e lhe \·éda a saída. Pela madrugada volta\·am a colher o peixe e de - tapar o igarapé . A's seis horr.s, mais ou menos, o caboclo nos batia á porta para de ixar - nos uma cambada de e co – lhidos tucunarés e a ruanás . ·eguia então pela estrada até á povoação do A nan inJ eua, onde esperam a chegada cios trens para fazi!r o seu negocio . Com os t1es ou quatro mil réis apurados com – pra\·a o necessario para \'i\·er com a familia até á se– gu inte sexta - feira. Aconteceu, lá uma nz, ficarmos sem o peixe . -O caboclo adoeceu, pensamos, não te rá hoje para os luxos e tempêros. Remediou- e a cosinha como se pôde e o d ia passou como se ti,·essemos saboreado os deliciosos tucunarés no tu.::upy . ~o domingo, bem cedo ainda, o sol mal despon– tava, já na orla do prado, deb ruçad a sob re as varas Ja porteira, a cabocln esperam que alguem se lhe mostrasse á vista para entrar com a de\'ida licença. Vi nha pedir descu lpas em nome do marid o, que não J:'Ôde trazer-nos o peixe na sexta-feira . -Não s-:: importe, 11lta Joanna, uma \'ez não são vezes. Por que foi, então, que seu marido não veiu, como sempre, nos vender o se u peixe? -Elle não tapou na quinta. -Adoeceu? -:--:ão, senhor, com a graça de Deus . -Que fo i que sucede u? A cabocla baixou a cabeça e quedou-se embaraçada. -Já sei fez muito frio: ú nosso termometro ' , d marcou cerca de \'inte graus, as quatro horas a ma- nhã . Seu Ch ico te,·e medo d'agua.

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