Lendas Amazônicas

106 yu elle dia, acendemos a fog ueiras e in iciamo a qu eima dos fogos . A's onze horas as· laba redas des falleciam e o s ilencio, r eclamado pelas \·elhas, titubeantes de sonno, sucedia ao e - touro, na ronqucira, do ultimo dedal de pólvora . Era preciso arranja r uma diYer ão pa ra esperar o banho dn meia noite. -Vamos dar um pa seio no rio, lembrou al g uem. Preparado o r emos e as fo rquetas, metemo-no no bMe, leva ndo comnosco o mestre Zé-Antonio, companheiro insepa ra,·el em todo esse dia. Ao transpormos o primeiro es tirão, alg uçm propOz que s ubi semos até á cachoe:ira para tomarmos o banho de S . J oào. A lembrança pa rece não ter ag radado ao preto velho. - A maré m e encher , disse ell c; já deu a clieira e daqui a um bocadinho as pedras estão cobertas e o banho assim não tem graça. - Qual o que ! _ inda apanhamos a cachoeira de fóra e nté á meia noite temos banho. - A' meia noite é que ninguem me péga lá, r esmungou o preto . - Ora deixe-se de medo ! Que é que lhe poderá sucede r ? - J á disse que lilb~ de meu pae n{LO vê passar meia nnite em cima da cachoeJra. - Po is iremos sós, você sa lta ali no porto do SP-11 Lui z. Era a primeira casa da povoação da •Cabeceira•. O ,·elho ca lou-se. A lua estarn quasi a pino e man chava <l e branco o Yerd c-gaio do mangai que seguia caircl and o o rio. Quasi ao chegar ao po:t<? do seu Luiz o preto fal ou : Eu acho bom que v 1111ce:; d,g,;;tcm1 desse passeio». - T emos cantiga! Se você não qucr salte para a te rra. :'\,·, iremos. O Zé-Antonio coçou a cabeça. - 1\len ino mesmo não tem juízo. - Ora se explique, homem, que ha de mal cm irmos á cachoeira t - S ei lá o que lu!· E~ nun ca vi na_da, mas di zem qu e não presta passar á meta 1:01te na ca~hoe,ra. · -Toli ces! \ ·ocê acr edita, sem duvida, que a yára móra ali ? - Qual yára , nem meia yára! - Olhe, aqui está o porto do seu, Lui z ; quer fica r, en- co~ta-se. O emba raço do velho saltava aos olhos. Coçou nova– mente o •couro <la cabeça, onde ,·egetavam uns ca rncolitos dv cabello que lhe tra iam a origem afri cana.

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