Lendas Amazônicas

100 ............... , ........ , . \·s quatro horas, tn ' i · ou menos, desciamc a~ longas escadas do nosso ,·elho sobrado, á rua do E - pi rito Santo , proximo ao Ar ena! de Marinha. Todos na rua, deu- se ordem de bater a porta . ~Ias a Leocad ia não chego u a fazel-o porque a Tia Caridade se interpoz, gritando á cabocl a que s ubisse ao seu qu arto e fosse buscar, de dentro C•J baú de páu , por trás do tear, o seu guard a-sol. -Guarda-sol para que, Titia? lhe perguntaram. - Ora deixem -me. .. Co rre lá em cima e i"aze •J que te mando, exclamou n velha mulata. -O sol não tarda a sen tar: daqui a pouco teremo sombra por toda a parte. Deixe o chapéu de sol no se u loga r, Tia Caridade . - -Que sol, que nada ... Quem é que se importa com o sol? Quero o chapéu por causa da chu\·.-1 . - ChU\·a ! exclamaram todos. Com uma tarde destas nem se pense nisso . -Sim, era preciso que eu fosse da idade de ,·o– cés e não soubesse que todos os annos chove du rante a procissão da Senhorn de Belém . -I ·so acontece quando ha nuvens carregadas no céu . 1'-1::is hoje ... tão azul! -Qual azul!... Hoje choYe porque vão tirar a Santa do seu Joga r. ~esse momento o tropel da Leocadia pela esca – da ri a abaixo annuncian1 que o chapéu de sol da Tia Caridade vinha descendo . .-\ brisa fresca ond ularn o capinzal em fren te , onde pastavam alg umas nicas do seu Manuel leiteiro . Batemos a porta e caminhamos para a Sé . A's quatro horas a procissão saíu, dirigind o- e: para a Calcada do Collegio. Quando chegou ao largo de Palacio um tro,·àtJ longínquo ribombou. -·Stá ouvindo! re ·mttngou a Tia Caridade.

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