CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
r Hol'feneia 101 -Então já se i que .-ão muito tarcle, porque cá 'stou eu p'ra divertir você . E conv idou-a, a i rem com ell o á · a as de so rtes, comprar boneca para a liorteucia. Offereceu-Ihes doces, apontando para as bande– jas que perfilavam-se no lado. fronteiros ao alinhamento dos predios. Se tinham sêde, p ode– riam t ambem bebeir:c~r um pouco de ce rveja ou de geng lbirra, e prefe riam "a champagne de barbante". E depois. qu eria levai-as aos cosmo– rama, para mostrar-lhes umas g randes cidades ela Europa. Iriam em seguida ao ho pital de sang ue, para que vissem tudo quanto por lá ha– via de impressionavel e triste : á entrada, um · grande soldado com cal9as vermelhas e paletot azu l enfeita l o a ouro, levantava a mão que tinh a uma corneta, encostava á bocca o instrumen– to e tocava a recolher que parecia mesmo "um soldado de verdad e", "o corneta de Ba– dajoz"; lá dentro, muita co isa feia, um padrP macillento e magro, de p é, com um livro na mão "ajudava a bem morrer" um suj eitão feio, an– oiado, que estendia-se em uma cama; e todo:,; mexiam a cab e9a, olhavam para o lados, tinham 1:espira9ão como n6s ! Mais adeante ainda, ajoe– lhada no soalho, uma irmã- de-caridade lavaYa cuidad ~samer.te uma ferida na p ern <1, d'um ofti– cial que, sentado n'nma cadeira, tinlrn no ro to a commovente expressão de uma dôr intensís– sima. E outras coisa , muitas outras, que ella,: haviam de ver. · Que sim, applaudiu Hortencia, muito ale– gre, solíc~ta e meiga. Tinha g randes desej os de ver tudo isso, para reparar se estavam bem pre– paradas as scenas, se tinham similhan9a com a vida real, com o que ella estava a v er todos os d ias na Santa Casa ! •
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