CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

100 JJ1.arques rle Carv atlto feita, urp. d'elles chamou-o pelo nome. R esp,)n– deu- lhe com seccura um "Olô", muito breve e esgueirou-se rápid(, por en tre a multidão. Junto a uma senhora entada á p orta de uma casa de sortes, uma creança chorava des– çonsoladamente, com o p eito e a cabeça sacu– didos pelos soluços, as mãos esfregando os olhos, a b ôcca a con t raír-se d e momento a momento emquanto rego ugava na garg anta : " Eu quero ~quêlhe binquedo gándi! eu que ro ag_uêlhe bin– quedo gándi !" Lourenço olhava p a ra o grupo, qua ndo estremece u for temente n'um delicioso p razer, ouvindo junto a si uma voz conhecida que fel-o voltar a cab eça e lhe dizi a : ' ·Meu filho !" A v elha Maria tinha-o visto, ao passar por a;liJ acompanhada p ela Hortencia. Os sembl an– tes das duas mulheres apresentavam a doce ale– gria ri onha de que se é invadido quando se r e– ceb e um prazer inesp erado. Nada leu o mulato n'esses olhares e n'l?.sses risos que podesse reve– l ar-lhe uma zang a da mãe ou uma r epulsa da irmã. Tornou-se jovial, communicativo, abun– dante de grandes exp ansões ruidosas, immedia– t_amente. Abraçou- as a li mesmo, com effu ão, deante de todas as p essoas que passavam. P er– g untou-lhes o que faziam, desde quando esta– vam no arrayal, até que horas t encionavam de– morar-se ali. Que paAseavam, distraindo-se, r etorquiram ellas, desabrochando os labios em sorrisos affectuosos, com as eabeças inclinadas, mirando-se nos olhos d'elle; n'aquelle mesmo instante haviam ,saltado de um bonà, qua trou– xera-as da cidade, onde tinham ido visitar a nha Felicia, a comadre da finada irmã da velha Ma ria; ir-se-ía~ embora pa ra casa quando co– meçassem a abhorrecer-se.

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