CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
.. Hortencia que, em silencio, ou conversando baixinho, as_,_ sistiam á passag~m de t acit urnos passeantes, cujos rost os e gest o apresentavam a exp res ão abhor rida de quem anda a desempenhar a mais repug nante e difü cil obrigação. A's veze , bonds chegavam da cidade, cheios de gente, que des– pejavam no coração da f esta. Em cer tos laga– res, homens que ap);l arentavam passear sem se– g undo-sentido, desappareciam rapidamente por feios corredores mal ill uminados e do fun– do dos quaes saía o ruido secco ela roleta a g irar sobre o tapet e verde ela jogatina descarada. Creaqças corri am a t odo o momento, n'um tri– pudio de canit os cm festa. :Mulatinhas cheiro– sas.requebravam-se em sacudidas gargalhadas, ouvindo as declarações amorosas dos seus apai– xonaios, cuj os olhares envolviam-n'as concupi - centes em f érvidos desejos a custo reprimidos. E ra uma enorme lcm·messe essencialmente bra– zileira, onde o convencionalismo da móda tira– va t oda a côr local ·e original da espontanea na-. turalidade. · Lonrenço corria a praça toda, revolvia- a em vários entidos, procurando a familia. En– tretanto, pa ava por algun bazare cuj os tít u– los, devéras exqu isitos, prendiam a attenção dos transeuntes : O ,Jc11piiMi, O P ar is america110, Coli bri, Flth· p ar aense, H ospital ele sangite, Trampolitanct, et c. Com o olhar dilat ado e cu– rioso, ia rapidamente investigando todos os g ru– pos que em seu caminho encontrava. Mal ouvia uma voz de mulher, uma exclamação, uns risos feminis, voltava- se logo apres adamente, esten– dendo o bico em comica expressão. P assando p9r alg uns companheiros, fingia não os ver, para não perder t mpo com elles nem ser empatado pela sua pr sença. De uma
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