CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

94- Mcir q•u,es rl,,: C11rvatl10 da de outro escaler que esta va a um lado e, apo– derando-se dos remos, impelliu a emba rcac,:ão pa ra as bandas da p onte de pedras. Ning uem re– parára n'elle ; a empreza fôra levada a effeito com excellente res.nltado. Uma vez no rio, re– mou v igornsamente até chegar em frente ao , fundos do hospital, onde fundeou. Com os olhos cravados nas janellas, fi cou a t arde inteira den– t ro do escaler, a receb er a verbe ração ardente do sol descoberto, sem sentii'-lhe a força, no seu intensíssimo desejo de ver a irmã e de fala r-lhe. H ortencia, porém, não apparecia. E , oomtudo, sem perder a calma, o mula to enchia-se de pa– ciencia, esperava re~oluto. Ao caír da ta rde, viu uma p essoa á janella ; acercou-se, reeonheceu a irmã. E sperou, t odavia, qne a noite bai x:isse mais, pa ra não ser visto de longe a fala r á ra– pariga. D epois, no meio das t revas, appareceu– lhe afinal, recebendo em pleno rosto, com o vi– gor de valen te bofetada, o insnitante epít heto com que brinda ra-o a cólera da enfermeira...Se– g uiu pelo rio abaixo, levado pela correnteza da vasante, até ao Reducto, em cuj a d6ca amarrou o escaler e saltou para terra,- contrari arlo, en– joado da vida, cheio de surdas cóleras con tra a irmã, a quem apoda;va de-"vacca safada", no furor da sua decepç~o. 1 E entrou n'uma t aberna da rua dos Mttr– tyr es,-para afogar em cach<tça os estos da sua raiva. T al era a sua vida quotidi ana, desde a noite em que f ôra ao circo : mescla de remorsos, tri s– tezas, indifferença, cynismo, gaud io t repidante e ruidoso. As org ias, os tctmbas da peo r especie, con– t avam sempre com elle como imprescindivd e certo par ticipante enthusiasmado. A sua presen- J

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