CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

7 H ol'l:encia '93 ('ombinações ele acontecimento ca, uaes que lhe fac ultas em nma entrevista com ell a. Nenhnm meio, porém, -ele achar uma idéa exequível. Ba– tendo d i trahidamente um bife na oo. inha, d ese p erava já elas suas faculdades imaginati– vas, quando um alv it re, que pareceu-lhe reali– gavel, t remeluziu-lh e nas densas t re,·as da · ua indecisão. Daria ]Ja r te de doente ao. pa trõe , iria á praia alugar um ~e. caler, e, de nt ro d'ell e, postar- e-ia em frent e do ho. p ital, no meio do rio, a t é que a irmã lhe appa reces ·e e podesse ouvir-lhe os ped idos. E ffect ivamente, tLS 11 h ora , depois do al– moço, declarou-se incommodado e, apó~a obten– ção de 1.1ma licença p ara ir t ratar-se, d iri o·in-se á g uarda-moria. A'quella hora, apena d ua, ou t res pessoas somnolentas e. tavam se ntada,1 nos bancos da p onte. Um calor abafado, incommo– dativo, caia do ceu b rnnido, cô r de cinza, sobre a tenue bruma ela evaporação t errestre fluctuan– te no espaço. Passa-..-a ao longe, no rio, p eque– nina lancha a va por, mui to elegante e vagarosa, arrast ando nma grande alvarenga ve rmelha atulhada de caixas de mercadorias. A' direita, na po nte da alfandega, um g uindaste g irava methodicamente, levantando pesados caixõe , em meio í'L monot onia m t allica de g ros as cor-. ren t es caindo sob re si, no madeiramento ôcco do soalho. E em b aixo, á sua esquerda, presos a boias de madeira, bótes ab andonados ~conch e– gavam-se uns aos outrns, impellidos brandamen– te pela enchen te que terminava; Lourenço olhou em tor no de si. Os homens que estavam na ponte dormitavam t ranquillos, sem repa ra r n'elle. Sorrateiramente, e g ueirou- e pela esca– da, saltou para um escaler, desatracou-o da bó ia, de u-lhe.•fo r te impulso, apoiando-se á bo r·

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