CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
10 .llfo1·ques ele Oal'V<illto panca,las pelo dorso do animal e pronunciando em voz alta monosylhtbos in t imativos de mar– cha. Vendedeirns de assahy passam com a gamei– la á, cahega, cornada peln. vasilha de barro, con– tendo o líquido, que ellns oflerecem á freguezia na sólita canti ga : - 11 E __ - e_ .. eb . ! assaby fresqui ... i ... i . ... nbo ! " Na officina do O!Mulio, o conlieddo saoa– teiro <la rua das Flôres , ouve-se um martelbr r,ontínuo nas solas, {t cadencia do qual sibilam os assovios dos operarios. Uma larga facha de sol, tleirnendo obliqua– mente pela cimalba da casa fronteiri!-: entra na loj a e illumína a rnrios objectos esparsos por to– <los os lados: parece um dente enorme da alegria da natu reza pujante mordendo com sensualida,le n,quell es instrumentos de trabalho ennegrecidos pelo uso quotidiano. S6 o Claudio está calado, sem assoviar. Per– fura attento as solas d'uma banda tle bota com fi. níssima sovéla e costura-as com a linha adrede unctada de cerol. E, todo curvado, com a vista fixa na bota, ancfa mentalmntte bem l,mge do pequenino ban– co de acapú, em que se acha sentado, e em re– dor do qual os offiP.iaes e aprendizes entoam a · musica de uma cantilena popul ar. Pensa na mu– lh er, o pobre Olaudio, na sua qu erida Antonia, 'l ue desde a ante-vespera está doente, prostrada por mal desconhecido, cujo nome fugira-lhe ,la memoria, não obstante o medico havei -o feito repetil-o quatro ou cinco vezes. E ra para admi– rar essa doenga tão r epentina, visto collJo a An– tonia gosava até abi ele uma sande desejaYel, ca– paz de resistir ás maiores imprudenci as att1mta– torias contra a sua marcha regular. E, no entan– to, a rnolestia era um facto evidentíssimo, uma
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