CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
88 llfcwqi,cs ele Oarvc·tlho dez e, de subito, encheu- e, por isso, de f undas apprehensões. Que mal t eria feito ao irmão, para este a tratar de similhant e maneira, d,,srei:;– peitando-lhe o co!·po socegado? Não hav in. acaso na cidade t an tas mulheres que poderiam satisfa– zer-lhe os appeti t es ? Verdadeiramente, não ti– nha desculpa o Lourenço. T amb em, podia fazr r cruzes na bocca, visto como jámais tornari a elle a pegal-a. E st ava r esolvida a fug ir-lhe semp re. Era des1fôro abusar ele uma rapai iga sem fo r– ças p ara repellir-lhe ª" vi olencias ! Excit ada pelo despeito, pela raiva, formul ava p rotestos de se tornar muito ríspida com o ilmã.o, fazen– do-lhe sen t ir a g rav idade da sua falta pelo m6do com que o t ratasse. lVIas nma e pecie de cum– plicidade mysteriosa e pedida levava-a a delibe– rar que nafl a relat a ri a á mãe, para a não in füspôr contra o pobre Lourenço que, afin al de contas, não era mau rapaz e que, se errou, não foi 1- or certo senão por exaltada comp rehensão do seu a:ffecto p ara com ella propria. Com estas idóas, não sentia H ortencia que desculpava o irmão, da ndo em seu esp irito en– trada ás predisposições de t ibieza e t olerancia em presença de novas ten tativas que elle apre– sen tasse mais tarde. A lém d 'i. so, uma especie de org ulh o invadi a-a-com o fresco da noite quasi fechada-por ter, fin almen te, p assado pela immolação natural do sexo ut il isn.do. E então ? que tal ? era uma verdadEira mnlher, completa, sem def eitos, sem ig norar nadn. 1 E alegra va-se oom similhantes ponderações, reconstruindo na mente a scena da ve. pera, na tr:rn quillidade no– cturna do seu pequenin o quarto de virgem. Fizúra acaso algum mal ? P oi:'\ aquillo não est a– va a dar-se p 'ra ahi todos os clias, em p resença do munclo indifferente? E ella,- sim 7 eUa-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0