CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
86 . .lllar()11es de Carvall,o extranho,-do seu proprio irmão. Do eu irmão! E!,ta palavra assu, tava-a b ruscamente, dava-lh e nm tri , te desconsolo, que pro traYa-lhe o espíri– to em lang uidas meclitaç_ões d(•moradas e tix.:1 ' em uma 5Ó idéa : posrnira-a o filho de f'na mãe ! ~Ias en tão, era só aquillo a vida constante da humanidade, a eterna scena e.l a p ropagação elas e pecies? E record ava-se,-meio enr11be cicb,– cl.o supremo instante em que passou pela t rl:!mcn– ch provação, sob o potente sôprn a rfa,nte do t horax de L ourenço, ao t empo que, sob re seus olhos, corria-se um véu de pejo e dôr a nub la r– lue a v ista d'aquelle jnbiloso semblante d emo– ubco de macho sa t isfoito , abeberaclo de goso na tépida carne palpitante,-palp1tante e núa, – de um corpo ele mulher joven, fo rmosa e virg i– nal. Entrio:tecia-se ao meditar na lastimosa scena. Impossivel afignrava-. e-lh e á mente perdoar ao irmão a ousada tentativa. fo rtifi cava-se muito por lhe não haver opposto inflexível re– Ristencia, para ·impe<lir-lhe o acto. Mas descul– pava-se para comsigo propri::.i., tentando atte– u uar a sua cumplicidade t acita : um nú :Cle com– moção embargara-lh e a voz na ga rgan ta, no mo– m ento em que o robusto rapaz, abraçado a dla, rolara para a r êde, na expansão de omnipotente insania, a que não podia resistir a sna feminil fraqueza. Não podé ra tambem g ritar : murmu– r ara alg uma palavras implorando compaixão, po rém Lo urenço respondera-l hes com ce ntenati c1 e bei j os sobre . os labios contraídos e ge lados pelo pavor. Afinal, após longa reflexão, termin ava sem– pre confo rmando-se um pou co. Tinha ele acabar por ahi : tauto vali a com Fnlano como com Oi– c rano. E demais, aquillo, no irmão, por certo não passara de um acto ele irrefiectida doidi ce, de, ti-
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