CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

82 1Jtar q1ws rZe Car vcdho t imo d'aquelle homem. A lg uma noções d_a honra, que adquirira, em ereança, naM amorave11; p relecções moralistas da mãe, ergueram-se-lhe na men te abrindo lucta contra a abominação do ' d 'h . eu desejo. Foi um momento supremo esita- ção seguido de brando socego. Ma ·, log o a ª !·– dencia da ten tação appa rnceu de novo, mais f órte e activa, q ueimand como vimeu t~1 e~m:1- gada, excitante como ella. Era um impu l o 11Te – si. tivel q ue p r opelli a-o victo riosament e. Pba1;1- tasiava paroxismos de goso, delícias ador avern, eternas commoções prazent eiras sacudindo-lhe os n ervos em p ot entes vibratilidades. Tinha t en– t ações de cor rer ao quarto da velha Maria, jun t o á pequenina, paupérrima sala, p ara afogal-a na r êde, afim de poder li vremente, sem receio de n enh uma inter venção humana, ccvar até á gar– g anta a féra da sua conc_upiscencia. E descam– b ava em seguida p ar a as idy ll icas idéalisações, p regosando a dulcís. ima ventura d'um b eij o demorado nos rôxos labios Rensuaes el a seduct o– r a Hort encia, el a irmã ! D o prazer elo b eijo t i– r ava a linha proporcional do g oso de outras r ea– lisações mais positivas e violentas. Então cerra– va os olhos para melhor abranger com o espírito os deliciosos quadros que a sua imag in ação for– mava. Um t remor intenso p ercorria-lhe o corpo inteiro, transformando -lhe as f eições, esgazean– a.o-lhe os olhos, abrindo-lhe os labios, dando-lhe p alp it ações ás largas azas do· farto nariz. ão pôde mais conter-se : ch egara ao t er – mo das forças. E rg ueu-se de salto, a tremer como um assassino assust ado, nervo o e p erti– fü1,z ern se uir o seu pensamento. Vestiu uma camisa que p endurara de um prégo1e safo . No quintal, o clarão da lua dava tonali da– d es. phantast icas ~o solo, aos objectos, ás arvo-

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