CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

76 Marqites ele Cwrvalho voga, e fizeram irrupção na scena dois arti stas, um homem e uma rapariga,-vestidos de meia, cobertos de scintillantes lantejoulas. Dirig iram– se ao meio da pista, depois cumprimentaram o p ublico, que ficou impassível, muito sil encioso, aguardando os seus trabalhos. Empregados da co m.panh:a traziam cabos de linho. Os g ymnast as seguiram-n'os e, com p equenos gestos curtos e aF·3ssados, faz endo g raciosas evoluções pelo ar, içaram-se at é aos trapesios fi xos ao t ecto. Prin– cipiaram em se~uida os seus trab alhos, permu– tando os trapes10s, apresentando difficeis e co– nhecidas s6rtes d'equilibrio e ligeireza. D epois desceram, sob uma chuva d'applausos, e retira~ r am-se a correr. Uma voz, escarninhamente, pe– diu bis. Appareceu novamente o p alhaço, encetan– do outra vez ensôssos dialagos com a criadagem do circo, entretendo o publico emqnanto prepa– r ava-se a pista para a apresentação do " sabio cavallo B6reas", como dizia o prog ramma. No fim da primeira p arte, quando um criado. exhibiu a classica tabolet a preta com o dístico : - Um qum·to d'ho1·a d'entre- acto,-os assisten– t es, em sua maioria, saíram p ara a rua, com o b arulho confuso das pessoas reunidas em grande quant idade. Lourenço, Hortencia e a velha Maria saíram t ambem, foram á rua t omar gengibirra em um botequim ambulante. Elle explicava diversos trab alhos dos artistas, dava opiniões a r espeito; julgando-os mal executados e muito corriquei-

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