CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

'.!Hortenoia 69 fe rimento do aggredido, o qual, b êbedo como <:stava, parecia ter caído, quebrado o craneo. E ·coutava o caso com todas as peripecia , jovial– mente, como se apenas tivesse sido um desinte– ressado espectador ! . .A velha Maria, log o muito assustada, p,~z– sc a tremer toda e começou a aconselhal-o, dis– suadindo-o das s1ias theorias maldosas sobre o ~ n 6do de responder ás aggressões, e vaticinando– lhe que, na sua maneira de pensar, elle não h a– v ia de t er bom, fim. -Ora deixe-se d'essas coisas, minha mãe ! respondeu Lourenço, enrolando um cigarro, a sorrir com cynÍSil)_,O. Olhe, estou hoje alegre, não quero sab er de coisas trist es. Yim passar o dia com vocês ; querem? -:-Pois sim, meu filho , fi ca, fi ca ! pedin-lhe a mãe, esquecendo-se de tudo, já alegrada pela idéa de t el-o em casa o dia inteiro, desviando-o assim das tavernas e dos conflictos. -E sabem cl'uma coi a ? cqntinuou Louren– ço, t omando ares de hom~m galante ; vim convidar vocês p'ra irem hoje de noite no circo de cavallinhos ! Uma companhia de porrête quente ! Chegou 11a terça-feira. T em dois pa, lhaços levados do diabo ! Querem ir ? -Oh ! vamo', nha mãe, vamo' ! snpplicou Hortencia. - 'Stá dito : vamos, resp01~deu a velha. A' noite, mal escureceu, Hortencia e Ma– ria recolheram-se aos sens quar t os. afim de se prep ararem para o, espectaculo. O Lourenço; todo ve tido de branco, calçando lustrosas bo, t as de rangedeira, _ficou na varanda, a f umar.

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