CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

68 Marques de C{///-valho retirar-se para o serviço da lavagem de roupa da sua fréguezia. Fôra esse, inalteravelmente, o viver dos trez no período de dois anuos. .. !. No t empo em que chegamos, tinha Horten– cia 17 annos. Tornara-se mais fórte, mais poni– ta, mais mulher. Possuía os encantos da robusta juvenilidade perfeita. As linhas physionomicas tinham-se-lhe accentuado mais, sãlientando-lhe a notavel boniteza realçada pelo brilho vivíssi- · mo dos olhos fascinadores. No bairro em que morava, não qorriam, a seu respeito, boatos de desbragada amigaçã , communs entre gente de sua esphera socia : Nem sequer um namôro constava. A reputação da rapariga levantava-se intacta, exemplar, im– }JOndo-se ao respeito da s más línguas da vizi– nhança. Umdomingo, como de costume, fôra Horc tencia passal-o em companhia de sua mãe. Con– versavam as duas, na grata confidencia das ínti– mas expansões amistosa , qhando appa·receu-lhes o Lourenço, alegre, palrador, fóra do éostume e, mal tomou a benção ' á mãe e fez uma carícia á irmã, entrou a referir que vinha n'aquelle mo– mento do quartel de Santo Antonio, onde fôrá recolhido preso na vespera, á noite, em r esulta~ do de uma briga que tivéra com um 1·olista, ao qual applicara tão bem dirig ida cacetada, que l11P. tinha aberto profunda. hrécha no meio ela ' cabeça. Felizmente a policia não reparara no

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