CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
56 llfcwques de Ocwvallt0 cobras, subi am como flexas, desciam como finas estalacti tas deli cadas e syinpatlli cas. Lagartos côr de cinza, de fe ias escamas purul entas, de in– descripti veis fórmas ph an tasticas, fu giam pelo cllão, sobre a folh:;i.gem sêcca es talando. V er– mes sem nome,-todos infernalmente feios,-es– torci am-s e, movimentaYam-sc·, desli savarn-se, cor– riam, iam, vinham , monli am-se, copulava rn 1 fa– mintos, sensuaes, es tu pi<los, est ravagantes, me– donllos em todo o caso. Era uma ge rmin agão extranh a.mente enorme de SPres pavorosos e ma – léficos. Uma ua tureza á par te parecia existir ali, n'aquélle sítio para onde fôra levada a po– bre Hortencia, que tremi a · borrorisada ao sur– pre·nend er os sinistros olh a res a si lançados por todos aquell es anirnaes uesC'Onbecidos. Os g ri– tos retumba ntes <l os enfe rmos do hospital pro– segui am incessan temr.n te, dese nvol viam-se· o avolumavam- se na dil a tação incon cebi vcl dos ámbi tos da flor esta. Agora passavam pelo ar, sobre a cabeça da rapa riga, milh ares de di abi– nhos côr de fogo, muito ageis e a trevidos ao ponto <le erguerem as rubras perninbas, deixando caír em cima de Hortenci a pequenas .~uantida– des de mn.l cheirosas rn a teri as excrementícia , cujo contacto doía e queimava como ferro em braza . Hortcn cia levantou -se. Olhou para todos os lados , at tonita, corno louca, f' entido fu gir-lhe a razão, espi cagaua pelo intem í.-;simo pavor qu e lhe gelava o sangue, a pezar t1u g r,nHl e suor que borb:llh avn.-lll e pelos póros. P or um lleroi co esfo rç o <l .1 rnntade, entrou a fugir ás carreiras, pela cs t ra. la atleante, cal– cando a0s pés os infini tos anirn alejos que solta– vam tristíssimos gemid()s ao serem por elln. es– magados.
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