CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
Hm·tencia 53 A' noite, logo depois das 8 horas, Horten– cia recollieu-se ao quarto, úesejanuo adormecer bem cedo afim de erguer-se logo ás 6 da manhã, seguü para o hospital. A mãe, que dormi a na alcôva, ficou na va• randa a preparar-llie a trouxa : de roupa que ti– nha de levar comsigo parn a Santa Casa. Estavam tomadas e combinadas todas as disposições para o seu no, 1 0 modo de vida. Hor– tencia viria passar todos os domingos algumas horas el a tarde en1 companhia da mfi.e, que la– varia toda a sua roupa suj a e encarre&a r-se-ía de remetter-lh'it cuidallosamente de quinze em quin– ze dias. Poderfo. a velha ir visitar a fillia ao pio estabehicimento, todas as vezes que q seu servi– ço de entrega de roupa aos fr éguezcs a le vasse ao bairro tla Sé. Assim viveriam perfeitamente, sem sentirem muito as saudades da separação . Hortencia já fazia planos fo turos, contando com as economias que tencionava juntar cuidadosa– men te, crea ndo para si um peculi osinho di gno de apreço. .A. 0 velhaMsorria compassi ·a, ouvin• do-lhe os devaneios. R n'aq uelle sorriso be– névo lo de mãe carinhosa ía, uma b1mgfto feliz de um coração ama,ntíssimo e desP.j oso da bôa sorte da filha. Rortencia adormecêra logo, momentos de– pois de se ter estentlido na rêde do fios azues e brancos. Ao principio, ficou entorpecida, sem acção ele esp íri to, u'essc lcthargo insens íve l dos somnos profundoR. D epois, a rnentali<lade entrou a movimentar-se-lhe no cerebro, desenhamlo– lhe. paizagens formosíssimas, transportando-a aos Jogares por onde esti, éra tlurante o dia, recorni– truindo as scenas a que ttssistíra e nltS quaes to– mára o mais sali ente papel. D novo achou-se perante o provedor da Santa Oasf1i, viu-lhe o ros-
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