CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

lforle11cici 47 to, feição por feigão, linha por linha. Não seria melhor calar-se, fugir d'Jtquelle banal escriptorio quasi sem mobilia, retirar-se para casa, renun– ciar ao emprego que exigia-lhe palavras e expli– cações a Ulll homem que lhe infundia profundo respeito 1 Mas o provedor fizérá. um gesto, mudara de posigão;·arrastando a catleira com um movimen– to da parte inferior do tronco, e perguntava-lhe: -Com que então, deseja ser enfermeira d'este hospital °I -Sim, senhor, murmurou a rapariga com um violento esforgo para falar claramente, sem o conseguir. -Pois então oiga com cuidado as suas at– tril,uigões. E entrou a falar-lhe com vagar, muito so– cegatlo e meditlo de 11hrase, na tranquilla ex– pressão de quem não deseja esquecer um ponto do que tem a expôr, dirigil)do-se a ella no tom alfectado de um homem que se julga superior a outro e quer mostrar-lhe que por elle sente in– teresso e bôas intengões. A rapariga escutava-o calada, muito atten– ta, fitando-o bem nos olhos, pestanejando a cada segundo, imprimindo á cabeça um pequeno ges– to de assentimento, murmurando monossyllabos gutturaes e quasi indistinctos, que se perdiam no écco prolongado da cavernosa voz arrastada do nrovedor. • Que toda a clifficuhlade estava em come– guir a gente revestir-se de 11aciencia pa;a aturar, sem incommodar-se muito, as fatigantes rabugices d'aquelles grandes malcriados, dizia. elle. E depois, que se deixasse de mal entendi– das conc1escendencias com os enfermos,-uma sucia de patifes, muito cra.pulosos e safados,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0