CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
j[ort,mcia 4ü tava folgando, e rinuo, e gos:1ndo venturosos pra– zeres nos braços d'uma felicidade alegremente _ descuidos11 ! E assim era o mundo : risos e festas para uns, dôres, prantos e morte para ou– tros ! A morte ! Mas, em verdade, o que seria a morte 1 Para onde fôra., eftectivaruente, a al– ma d'esse cadaver estendido n'aqnelle miseravel caixão commum de hospital 1 Haveria mna se– gunda vida mais feliz para a -alma t E,·sc ila– via, era acaso justo que esta estivesse agora em jubilo, quando o corpo ia ser entregue á terra, comido pelos -vermes, tlesfeito pela. propria pu– trefacgão, Perdia-se a rapariga em tantas r.onjocturas, quando o carro mortuario partiu pela praça. f6rn, conduzido pelo seu coeheiro preto, do rosto apar– valhado e olhos indifterentes. Hortencia pare– ceu voltar·a si, olhou em derredor, com a phy– sionomia <lemudada pela commooão . Avistou a seu lado um sujeito de sobrecasacâ e longas suis– sas grisalhas que ficára á porta elo hospital lhan – do para o carru, que descía. agora pela NLloacla do Collegio. Dirigiu-se a elle: - -Meu sephor, foz favor de me diwr se o se– nbor provedor está ahi. -Sou eu mesmo, o que <leseja Y-respor.deu o outro fitando-a com interesse d'alto a baixo, mostrando-se satisfeito com a rápida in_specgão, -Eu vim aqui por causa d'isto. E tirou do bolso da sáia branca o numero do D·iario do Grmn-Pa.rá que tinha o annuncio sobre uma enfermeira. <;> proved~r par~ceu comprehender logo, por– que cl!sse, cammhanno para a porta de um o-abi- hinete que hiwia á entrada elo vestilmlo: 0 -Ah ! venha commigo. A rapariia BAguiú-o com o corngão vim-
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