CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

Jforqnes lle dw-v«l,ho azues, apenas uma ou outra · vez atrnvessatlas por bonitos cberubios alado3 obctlecen lo {L tro. vej ante voz de nm velho D eus perfilauo e aus– t érn, de largos gestos medidos e olhares fulgu– rantes. Um suspiro saiu.[he do peito, para ir ajoelhar-se aos pés do divino Ancião. Qrre ·p1·0- tejesse -a caridoso,-intercedeu uo íntimo da alma. · • Chegára {L porta do estabelecimento, ao tempo que hí tambem pa,rava um velho e des• . conjuntado carro mortnario, puxado por dois an– tiquíssimos cavallos lazarentos e commantlados por um cocheiro preto de pllysionomia de beber- rão. · -Por certo alguem que vac enterrar-se , pensou estremecendo. Etfecti vamente, quatro homens saíam de urna sala do pa,imento inferior, carregando a pul so um co111pritlo cai ~ão preto, muito simples e trist,onho, causador de impressões bem desa.- grad,tveis . . ·aortencia es tacou a subitas, penetrada <lc maus presentimentos. Interpreta-va aquelle sai– meoto •funebre, á sua chegada, como .. UfJ.l siais. tro agouro de mau exito para a sua pretengão. N'!l.m instante appareceu n'ella o espirito da m11lata paraense, to1lo saturado <le superstigões dcsconnexas e irrasuaveis, fl.uctuantes e tenazes, cheias d'obsitliagões dolorosas. Quem estaria dentro d'aquelle modestíssi– mo caixão de madeira pintada a tinta preta 'l Om homem ou uma pessoa rlo seu sexo ~ De que morreria '/ Quando fôra para o !J.ospital '1 Uma grande compai xão enternecen-11.le o an imo, lembrantlo•se de que morrera um ~nte no hospital, em completo ,ibanclono da s9c10dacle. Entretanto, áquella hora, quanta gente não es-

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