CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

40 Jfarques de Carvalho crrcado de estacas de acapú cobertas de trep.1- deiras florídas, que perfumavam o ar, saíam vo– rns sonoras de gallos robust.os, muito ent<-adas e tristes. Gallinbas esgnravatavam as calçadas marginaes da praça, arranbavam-n'as com as }Jroerninencias córneas das partes deantéiras da bocca. E d'uma casa baixa, pintada a cal, com muitas janellas, saíram rrprntinam ente seis cre– angas risonhas, muito limpinhas r. alegres, fa. zen~lo uma grande al1rnzaq·~ de 11doraveis dia– binl10s. Hortencia langou-lhes um profundu oll.Jar amoroso e seguiu rente á egreja, pela som– bra das paredes que interceptavam a luz vibran– te do sol. Ergueu então o prnsamento para as alturas, foi até ao cen, na sua mystica impres– são de rapariga do porn. Pensou em Deus, no menino Jesus, e n'affuclla verdade1ra Virgem Maria, cuja ima gem formosíssima estava alí, a noucos passos, dentro da egreja, na piedosa so- . lidão da nave deserta, entre vélas de cêra. e flô– res meio-mu·rcl.Jas, rei;cendentes toda vía d'esso JWrfume rspecial qur· tornam na s egrejas. E foi com verdadeiro espírito religioso e reverent.c que pediu por si, supplicando bom exito para :L sua pretenção. Que não a abandonasse a Vir – gem Maria !-roga,a mrntalmeotr. Elia neces– sita va de um emprrg-o pa!·a auxiliar a mãe, que tanto se incomrnoilava pór sua c,rnsa,- 11ara a sust('ntar, rara clar-l11r um tudo, para trazel-a sen,pre limpiuba e cr ntente da vida. 01.Jegára a, sua. yez de trnliall1ar, . de dar uma compen!'a gão á pobre nlha, r.uja fraqu eza ia crescendo á meflida qur. vinl1nm ch egando os annos . Como lbe era g rnto J'< ns!ll' que ia, fi– nalmente, pag-ar a <lirida que contr11íra com a mãe, e cuja primeira letra assign:írn no momen– to de exbalar o p1imC'iro vagido no munçlo !

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