CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
Hol'toncia 31 offendi<las e envergonhadas da pujante vitalida– de das rosas <lo vaso, <lnplicadas por a lá.mina do . espelho. E por traz do vaso, 4uasi occulto in– teiramente, ao lado <lo espelho, perfilava-se pa– cat.amente um pequenino São José de trez polle– gadas de altura, magestosamente envolto cm am– plos mantos de côres garridas, ~estoantes, sal i– cadas <le flôres todas azul ou todas ouro, como esses flammejantes vestidos da sociedade chineza. Respirava-se conforto e tranquilidade n'aquelle Jlequeno aposento de joven mulata pobre : um ar de paz intensíssima parar.ia palp:tar-lhe nos {unbi– tos, n'uma solenne affirmativa da felici<lade das classes pobres votadas ao abandono pela estrepi– tosa e incommoclativa existencia actual das nr das abastada!l, · - Hortcncia entrou no quarto, dcsal ,otoando o palet6 ele ri sca<linl!o aznl e hranP-o, lang:,ndu- o sobre o bahú, depois de tirai· de tleut.ro <l'este a roupit branca de que ne cessita va. Em segui– <l a, foi pouco a pouco despindo a sáia de fa zenda egual á do paletó, a anágua de pa1rno g_rosso,- . até fi car apenas YP!rufa pcht camisa de mori1u . .Deix ou cafr esta até á altura do es tomago, e os dois sE>ios d'uma bella côr morernt rosarla se <l es– prentleram tla. fazenda , ostentaram-se turgiclos e 11ireitos, com a sua admiravel pureza de lmb!ls. Os hombros apparoce ram ta;1;1?em, arre<lon cfo,lo s, fartos, revelarn1o forga e ag1h<la<le. P elas cos– tas, entre a:s espaduas, descia em linha recta um sul co assás profun<lo, 1 .le onde partiam às curvas das costollas, elos flan cos, das ancas opulentas.
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