CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

_/-1 orten círi -Então você acha que eu devo entrar p'nt o hospital 'f -Sim, minha filha, si quizéres ... -P01s valeu, vou já me vestir p'ra procurar o provedor. E correu para o iuterior da casa, cantaro– lando o Lá 11a rua do Rosar-io . .. A mlte ficou-se no quintal,-muito quiéta e sorridente, a lançar-lhe, n'um terno olhar, a in– visível benção partida do intimo do seu aman– tíssimo coração. O quarto de Rortencia accusava a mesma pobreza de mobilia que se notava na sala: pos– suía apenas um baliú forrado exteriormeute de couro escuro, com desenhos feitos a cabegas de pregos amarellos, e uma rêue de fios azues e brancos. Era o primeiro ela puxada, junto á va– randa. PelaR paredes, figuras de mulheres e creangas recortadas dos jornaes de módas esta– vam pregadas a gornrna, amarellccidas pelo ar, cobertas de uma leve camada purulenta de p~eira avermelhada. Aos cantos, junto ao tecto bambinellarnm-se teias d'aranlia s sórdidas, es'. tendiam os seus filamentos côc de cinza para as J)aredes, onàe agarravam-se nas asperezas da cal. O chão, muito la,ado e limpo, tinha a côr som– bria e severa do acapú, relevado pela brancura das paredes. A lém da porta, esse quarto possuía umajanell a <le grossas portas pesadas, com pin. tura verde, cheias de atlc1igões pequenas, <le phrases começ:adas e interrompidas e de dese– nhos indecisos de objectos communs, representa. dos em linbas trémulas, rudimentares, trnça<las sem geito nem elegancia. _Havia ali um cavai-

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