CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

20 1.lfa1·q11es 1e Cm·vcdho co annos, dArosto severG e an tipa thico, anda va agora cosinhando em cP-sa d'uns commcrciantes, mas era um vadío consummado, um cl'esses crenios essencialmente paraenses,-volup tuoso, a111i.,o da uôa viela, <los dias inteiros pa ssados na ~-êde, abra.ga do ;Í, _ Yi óla , tor.a.n do melopéas faceis, acompanh adas pela monotonia do ra nger dos és– ses nos ganchos das paredes. A mãe nun ca po - 1léra fa zer d'ell e um homem de bem. Os seus i nstinctos prevaleciam sempre, mau grado _os actuaes conselhos <la velh a e as anti gas surras com galh o de cui eira, quanrlo Lourenço era ra,. paz endi alirado e revelava perversidades negras cheias de requintes maldosos. ' E mpregara-se uma vez a bordo de um va por <l a Companhi a. F luvial do A lto Amazona ·, porém saíra dias depois, em cunsequea cia ·(l'uma ruido– sa a-lt ercacão com o di spenseiru. P assara en tão dois anno; sem traualhar , vivendo á custa da mãe, n' uma tranqnillidade de pachá. Durante esse tempo, mette u-se em al gumas bri gas, por– occasiã-o do carn[l,val, saíndo fe rit!o no ven tre. .Esteve á mor te. Doi s mezes depo11~levantou -se tb r êde e tomou uma grande bebe(leira, n' um ruidoso gaudio. A mãe levou •O di a seguin te a préga r-lhc boa mora l substn nciosa, ac11nselhando– Jh e bom co111 po rtamen tQ. Q.uc ell e ai 11 da havia, ,l o acaba r mal, pondel'aYa a ,:e]ha, com a YOíl rnolhada . de Jágryruas, afagando-lhe a caliega. Porque não se comportava , pa ra merecer a esti– ma de toda a gente 'I Que t~vesse .Í\lÍS?_, q~1c trn..– balhasse, para a ajudar nas unprescma~vms drs – pezas quotidi anas. A irmã, a H ortcncrn, estava tJuasi moca necessitava el e um bom exemp' o ,! e comportatnénto para seguir pcl:t IJôa t rilha do trabaJ.h o e da honra . Então ell e, n'um assomo tl e ,irrcpcndiwen to, prometteu emendar- se. Mas a i-

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