CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
218' ' penlentlo a expressão <lo ol!Jar, apresentantlo no rosto a fund a vermel!Jitlão sanguíot!a tlos con– gestionados. O medico viérn examinai -a pouco antes da mei a -noite, e a Hortencia· parecera1u perdidas as esperanças <l e a rnr saira, perante a qnasi Ílllpcrceptivel momice tlo facultativo, ape– ua, a inspeccionou rapidamente . A rapariga esteve longas horns {i cabeceira tla velha, sentada no chão, meditatirn e lacrymo– sa, a vigiar-lhe a lenta agonia. O meno r so:n gorgolejante que I e escn,passe Lia garga 11t.L d:t mãe fazia a logo levan :ar a cabeça a perta<ht l<ll· tre as I11:ios, ergutr o co rpo ass ustada, co m n e:s_– Jiirito co nturbado, to~fa c.tr inh os e me 'g ui ces parn /L ve lha moribunda in consc iente. Depois, rn uta– V,He de novo e seus pensamentos reass 11n1iam o lo ngo curso de uma analyse n trospect1 va <~a s ua vida inteira. Ell:i propria, agorn mul he r no tleclíuio <l a -çitla, fôl'a uma creança como tantas outras: ale– g re, inuocente, tltscuid(.sa tlo mundo, edu ca da entre so rrisos H afagos com toda :t grnciosa ter– nura d'um santo coragão tl e mãe. Uorrêrn-lh i a \"illa placida e feliz, nos seus pri,ueíros annos, qn a utlo os garru los passarinhos <l as 111att se as sing1·lhts Jlôres 1 <!as estra<l.,s constirui:tm para o seu esp írito o mai s concentrado en lêvo, a 111ais suave e prezada tli ~tra cção. Os olhos da s ua a l– ma pareciam enxergar a inda o seu a nti go quar to d'outras ép.>cas, to<lo clu--io de gravuras e fi g uri– tas colladas ás pa rc<les, fazen<lo q uatlro á larga cantoneira envernizada, on,Ie o seu ins eparave l S. José de meio pa lm, - tl'alt11 ra ost.enta\'a-s1-1 pacifico, ro,leatlil tl e pequ ·nos fras cos de perfo- 1uaria barata. Quantos somn< s, tão socega<los e puros, n iío durn1ira alí,tra·,quilla em sua so litl.io, sem pensar eip nadit mau, nem sequer tlesconfi-
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