CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

J.lortcncta 217, Tinha uma quasi consolacfto em esperar a morte, com que contava. como sê fome um allhio e urna salvagfw. A s ua alma, acabrunha· a, e es– tupidificada por tantos tlesgosto~, parecia dilatar– se r,,no,adorament.e, á lc iubranga tia approxima. gã. > do supremo instante, que tleveria libertai -a, do peso da existenci,t e terminar essa triste !-éric de d1·sconsulos e przares, dôres physicas e moraes persistentes e :ancinantes. H,tv1a de vir a ser rnai:. feliz -na 01tfra 'l."idtt, -pc nsavit e espe rant, contricta do mal pratirn,Jo, sentida pela reluctan– cüt da velha em nii.o :sorrir lhe levl mente, ainda m esmo com o olhar, -com o se u vago olhar v-élado e madi«lo ! D e us tiulm mi seri co rdia para os q ue se arrependem, l1 av ia de mau!lar-llJe o pen,ã11 entie os .l..l>ios d'um 1wquenino hrchanjo ful 5 nr:,n– te o lindo, de longas azas rnflan tes sobre o énor– m e clarão d'apotheose CJU '-1 iu\'iufü~o fir111ameo?I). .Brn então, n o ~eu esp írito, um esf.,s iar de entl1u – siiismo lyrico e plrnntasistà para o ceu, uma as– piragão inconseieute ao idéal, a supersti!aião p:na– ense aqueccudo-lhe a mente e faizendo a ii11agi– uar largos petlagos de ceu briltrnute, Yarrido de sol, eru dia t1e luminoso 1Jrill10 int enso e com- pleto ! i 1 Mas a realidade a li estarn,, !1tragavel e crn– el: a velha, arquejante, fit,tva-a sernprc, in1pas– sivel e mutla, clim uurn especie tle irouia soturna Clll sua persistencia. 1 A rapari ga olhou-a, lo1ulinu-s~ do ca hlo qnc , lhe trouxera e foi inutilmente quel tentott faz r– lhc tomar o cont<-u.tlo da ti gela:, s dentes ce rra.– dos nii.o permi 1tiam a iutrodncoão d uma colher na liôflca. - A noite passou- se intflira e~tre e norml•S tormeutos para a rapariga.. Sem tlHscangar um momento, Ma.tia arquc,java cada -vez mais afü icta,

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