CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

203 1lcm ) ncs <le Ot~rva,J,lt o tle amor pa ra, ~om ~ miic, - essa pobre velll a que tanto lhe quen a e ll a qua l nunca recP. Li era senã@r carfo ia.s e requiu ta.d.-1 s affectuosida c1es. Se ao me– nos fosse po~sivcl clutma l a outra vez para casa rclta,·el -a por fi m, .~pós interceder o seu perdão: que a velha decerto lh e não recusari a, l,ondosa como era !.... Mas, onde encontral-a 1 Corno saber <l o st u paradeiro ! Acaso não ha \i am sido infructife ras to tl as as sua s pesquizas, no sentido <le descob rir o logar onde occul tava -se lVla ria , f=\ccrescia que o clinheü·o ga nho por ell a no hospital, parcamente, com immens a economi a, chegava par a as ma is necessari as dcs pezas. Lou– rcngo fiz era -se um vadio cons umma do~ que per– dera o habito el e tr alJa lbar e só de. ejava estar cm cas,1 1 fuma ndo cigarros uns após outros, quando não vagava de t/.Lbe roa em taberna, despej am1o c6pos de ca.chaga em companhiti de in teresseiros amigos que só procuravam-n'o quan clo presentiam cm seu bolso a cxistencia de alguns vintens. Eli a tinha de sustcntal-o-pag11,va-lb e a comitla em uma tasca tl1i rua S . V icente <l e F6ra-e, por contra-peso, acullia a todos os sens gastos, soli citamente, fori osamente, para inhiuil-o de da r maus pass0s, d fur tar! A rou pa tle amuos era tamuem com o suor d'ella no hospi tal que vinha para casa : a nãD ser por esse m6do, teri am de ant1ar nús, co rn-0 dizia a enfe rmeira quant1o, no calor de r enhida bri ga. Jangava -lbe em rosto, como supreú.1a arma,;a vatli agão ·em que elle vivia, a sua indolencia, a vergonha de que deveri a córar por não li:J e tlau um só vintem TJ ara as tlespezas que a elle co1bpetiam. T inha, ás vezes, necessi~ tl atl e fü, mais cliuheir o do que d 1 aqu elle que re– ceui a mensal111ente,- :i;orque uma doença t1o fi. lho, um concerto na casa, uma divida de Lou– renao, reclama.vam um accre.scimo orgamentario.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0