CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

.-,o ./Jicfrqucs <lo Ua1·val/10 com a vida ameagada, pendentA de um pequeni– no fio tenuíssimo dt:: um descuitln, de um desalen– to quando carecesse de forgosa energia. A IJana– lidade d·e~sas palestras era ensejQ para intensa tristeza no fundo de seu peito. Pois se chegára até a sabêr de c6r.as expressões das vizinhas, as suas porases todas, em relagão ao assumpto ! O seu desejo era libertar-se d~ toda aquella gen– te, não mais ouvir-lhes as falas, retirar-se para longe, para o interior da província, nas fundas breuhas insondaveis, onde se iclentifieasse com a passividade animal da natureza, feliz em sua l,ogalidade, inconsciente e tranquilla, vegetnnilo ignorada t·ntre os velhos troncos cinzentos das grandes arvores antiquíssimas! E este derradei– rv anhelo era quasi que uma rPfrigerante conso– lagão, na ~ma ardencia, porque tinha a abençoada forga tle arrancar-lhe dos olhos numerosos fioJ de lágrymas compensadoras 1 Ar.abou, finalmente, por .fugir ao amante, negando-se a condescender com as suas titubean– tes supJJlicas nocturnas. Um grande nojo enche – ra-a, por fim, de repugnancia pela trepidante juncgão carnal e destruira em seu espírito a phantasiosa idéalisagão do transcendentalismo do amor. Da antiga rapariga que s6 amava pelo prazer de amar,-sem excitagões do corpo, sem desejos c1a carne irritada, sem as brutaes exigen– cias irrecnsaveis da natureza aguilhoada pelos sentidos,-resultou o que se deveria_ esperar ne-– cessariamente: a mulher sensata, refl exionadora, .que bane do progralhma da sua existencia as torpes variações <lo goso e dos excessos, a mate– rialidade satisfeita e tranquilla,-sem exigen– cias,-dos frios temperamentos socegados. De, pois ele sujeitar-se por amoravel condescenden- ..

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