CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

Hortcncia 187· br'olhos e cuspinhando para o lado, exclamava energicamente : -=-Achí ! 'Tá se cagando I Duvido qu'elia. seje milbor qu'a tia Faustina I Ora a mãe Olari– nba ! a mãe O!arinha l VacP,s mei mo não querem ºªªª 1. ..• . -E' mesmo, nha Ohi •a; parteira de mão cheia é a tia Faustiüa, concordava outrá visinba. -Pois sim, sim, retl'1lcava a defensora da 111ãe Olarinba; eu mesmo té que não quero ella– nem p'ra abaaar o fogão da minha casa. Primei– TO qu'ella mexa aquelle bund,ão grande, parece onnda de saúba l .... Esfusiava a hilaridade oom estas expresf ões oomicas de tão palradoras vizinhas. Ouvia-as Hortencia attentamentr, indecisa afinal Pntre opiniões tão diversas e, pelos mótloi,, todas apai– xonadas mais ou menos, fallaciosas em tof.o o caso. Absorvia se a attengão lla rapariga, entre essas discussões, na mais indiscutivel certeza de - que bem per;goso e fertil em dôres seria o puer– pério , para tão fortemente occupar aquellas at– tengões tedas. Antes de -sofihr mate:-ialmente as ~fflicgões <lo surremo inst,,nte, supportava-as j:i. pelo estado emocional do seu espiri to, pelo ter– ror que a lernbranga do tormento n'elle excitava. Um tédio chegava-lhe, por fim, enojada tl.'aquel- 1a·s,conversa~ões sobr~ o 1nesmo assumpto quasi quotidiànamente repetida.s, sem variantes agra– daveis, nas cálidas horas do soalheiro )llOlilljador da vida alheia, quando o forte tabaco do Acar& rechina •em negras cabrgas de barro, na ponta de longos 'taqu.arís voluptuosamente <·huchados. In– VPja'vâ Hortencia a vida. de todas essas mulheres ,que p_or •aJí andavam desctiidosas, salisfeitaei, se~ o pavor que Unto a persPguia n'aquella occasião. Pesava, então, ~ erionnidade ela sn11, desgraga., 1

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