CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

180 1lla rqucs do O<H'V<~llt0 Sem poder ,continua r o sonino, a inda mesmo a lquebrada pe las fa,tl igas do dia, lenintava-se no modesto quar to po r el la or.cupado, e prestava attengã-o aos peq uoni nos arru i<los exte rio res como se esperac;;se ouvir um som , urna voz, um a p:.i lav ra, 'lue lhe fa larne (lo homem quer ido, ap re– sentando -l he exactas noticias a seu respe it,l. Na<la ouvia, po rém, e um tedto cbP.gava- lbé então po r essa impoteu te igaorancia que fazia o seu desespe ro. Dentro do ventre, o pequeno foto , em seu contínuo evolver, cl!eio de palpitações na sua ineonsciencia, sacudia-llrn as entran lrns todas com a rudeza <la anima lidade sem peias, i stin– ctiva, brutal. Ne.rvosa, sentia Ho r tencia um odio incipiente crescer -lhe no peito contr,, aque ll e entesinho descon lrncido, atomo de oxistencia, misérr imo pedago da humanidade que ali estava em seu ,.eio á espera.do momento em que devesse· causar-lhe lan0inantes, borrivt'iS dôres inena rra– veis. Que soceg-asse tambem um bocado o d iabi– nho, cujo pae tão ma l sabia comprel! en tler-llle o grande affecto enl evado. Estava cançada de sof– fre r-11.J e os coices e tinha a pelle do ventre rij a o áspera corno pelle de tambor! E fa lava a lto, com a voz sacudi da pe 1 a cole– ra, _olhando para o abdomen, co1110 se, realmente, estivesse a ver o feto encarquilllado e fe io na sua constante treva aquosa. Mas socegava, afinal, com a approximagão ela madrugada sonorl')-, re pu tan do o amante inca– paz d'uma infide li dade. E ra lá possiv~l similhan– te asneira por parte ue quem tanto a amava, com tamanho anlor, taUlanba fu ria 1 Estava, ce r tamente, louca em su ppôr taes conj ect uras : o amante queria-a o sufficieu.to para ·olvidar as demais mulheres do ParCL, on tle os seus braços estavam sempre abertos para recebel-o com ex:,

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