CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
)7 2 JJJcwques rle Gan•allto .á misera mulher escaparam os primeiros ge– midos ele clôr arrancados pelos movimento. de. ordenados elo feto, dentro elo seu co rpo on– tr6ra tão quieto, sem de ejos nem exigcncias. Aos lomingos, e:cutava-lhe os queixurnes ap– parentemente penalisaclo, porém na r ealidade abhorrecido por aquell e , offrimento que não sauia recolher- se den tro de si proprio, porque expandia-se em tristes phra, •es sempre repeti– das com a monoton ia insoffrivel dos grandes tédios ohsiclentes. A legrava- se em vel-a segnir~ arrastando-se, para a Misericordia, ao amanhe– cer ele cada segunda-feira e acompanhava-a contente até á porta elo hospital, dando-se. os pai-abens de a ter por fim deixado longe ele si por seis çlias. Saíu de ca, a uma noite, mal escureceu. Um lnar muito límpido e socegaclo chovia silencioso RObre a terra, onde as arvores · farfalhavam sur– dam.ente, sob a· animação galerna de fresca e p erfumosa brisa. Não ti.nha destino; seguiu ao acaso pela es– trada a baixo, para as bandas do cemiterio da Soledade. Tomou em segnida a rua de S. Vi– cente de F 6ra, em direcção á p raça P edro II. la clistraíd~, sem parecer ver as casas e os tran– seuntes, fitando o solo que vagaroso p isava. A' esquin a da estrada de :N azareth, porém,. deteve- se repentinamente. , . Attraía-o uma taverna ali situada, do inte– rioi: da qul),l vozes cl'homens e clarões de muitos canclieiros1safam a jorro, para o socego ela pra– ça envolt:;i, pelas tonalidades phantasticas elo· luar. Sem 1 h esitar, atr avessou a rua, entrou no covil. 1 Era l)ma pequena sala terrea, circumc1ada de tosca jl,rmação branca, , nja, mal p rovida cfo
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