CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

lGO Marq11es de Cwrral/10 prestes a deixar fugir um g rito hncin:inte de intensa dôr. A voz, na estrada, <:antaY:t '-empre : Que tormionto e que snucbdc· Sinto o 111cu pnito in,·01li1·~. Pensando que pnra ic·mpn, A cabns de mP fuglre : Ainda a mesma plangencia dulcíss ima .:.i. s ublinhar o final da quadra com a propagação d'uma volata, minorando ao l_o nge. Maria cerrou eom fo rça as geng h·as sem dentes e murmurou raiyo,-n, uma energ ica, im– moralona palavra. Estava ernfim satisfeita ! Era, pois, Yercla– de a torpe desconfiança do seu ·esp írito app re– hendido ! Com que enorme dôr não sentia dilatar– se-lhe o peito,sobre o alargamento do se u co raçuo molesto e dolorido ! Lounmço amante de Ilor– tencia, pae do filho de sua irmã! Comp rehe11- dia agora o interesse que mostrava o mulato em harmonisal-as, ev itando discns. ões e contenda s sobre a falta da enfermeira. Elles amavam-. e ! Novo , angue parecia infiltrar-se-lhe nas veias, depois à.e perder t odo o r efectivo calô r · da,– tranquillas alegrias fe lizes. Um clarn abria-se– lhe na umbrosa existencia aconchegada sob :1s grandes azas b enéfi cas da y entura e separava– lhe o passado de todo o negro futuro em que · ia entrar ineluctavelme11te. A sua pb_vsionomia estava honive l do horror qu e encerrava o co– ração e de que era reflexo. Qne m'ais devia fazeL· na vida, senão fug ir d'aquelles hediondos pec- '

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