CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

158 Marques de Cari•cilho de conhecer de todo a profundeza so turna e · horrivel da sua enormíssima deRgraça . Chegada junto ao qnarto ela filha, app licou · o.'ouvido ás po rta· : um silencio perfeito estabe– lecia-se no interior. T el-a-iam presentido, ou es- . taria Hortencia sosinha, , endo, n'e,·te ca o, in– fundados os seus r eceios e de ·confi ança.·? Effe– ctivamente, eram inverosimei as. ua · idéas,pen– sava, para illudir-se,e:fo rçando-:e po r se conven– ce r de que Hortencia amancebara- ·e com outro homem, que não fo s,·e o irmão. Qnasi envergo- 11 hada pela espionagem a que entregava-se, ia r etirar-se com as mesmas r eservas executada!– afim de chegar até ali, quando quiz pôr em pra– tica outra prova, e Jeyou o r o to ft frincha d:-i. fechadura, pretendendo enxergar para dentro do quarto. No in te rior, porém, não havia luz; e o mesmo ilencio faz ia-se em toda a plenitude dos g randes soccgos nocturnos. . .r 'esse momento, longínquos sons de g uitar– ras tangidas afacl i. taclameute erg ueram-1,;e 11a es trada. Deixou-se ficar a Yelha, muito qni6ta e h e- 8Ítante, com uma po11tinha ele desconfi ança, to– davia, a retcl-a no mesmo i-ítio onde fôra co n– duzida por ,ecretas du delas. Alg uns min\ltos decorre·ram. Entretanto, as g uitarras tinham- e app rox imado mai,;;, deixando p erceber-se bem a melodia da canção que ge– miam melancolicamente. Era uma tri ste 1n6cla, transmontana uma nén ia sentidíssima, saturada l ' . e e toda a singela poesia popular das aldeias portuguezas. . . A velha Mari a teve imperceptível movL– mento de zauo-a ouY inclo a !.!Uitarracla, r eceiosn. o "-' . ele qne o filho, pandego e feste u-o como o conhe- cia, viesse a apparecc r jun to d'ell a, ·p ara sair í~

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