CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
r H orlencirt l 3õ O Claudio chegou, apparece u no dom ingo em que nós fômo' n0 Marco-da-legna e não vi elle n.inda. Com ce rteza qué mi pegar de cuidado ás escond idas, J)'ra matar-me ! E depois de um silencio: -E eu tenh o medo de morrê, minha negra, por t ua cau ·a, porque não quero te perdê, pe r– dê o teu amo r ! Ab raçou-a com a rrebatamen to, emquanto a.lg nma lagrymas rebentavam-lh e do:s olhos es– gazeaclm,. H ortencia enl açou-o com infinito carinho cob rindo-o ele ardentes beij os. Sacudida pela commoção, toda snrp reza com a noticia intem– pestiva e agourenta, não atinava com o que po– de ria dizer ao irmão para lembrar-lhe um meio de cl efeza e tremia po r elle, no egoísmo do seu immenso amor. Com os labios seccos, bebeu-lhe o p ranto nas faces; e, n' um ele prencl imento sü– bito, oetentou novamente as rij as modelações das sua· opu lentas carnes, puxando-o para si, frenética e cheia de r om onnante sensuali dade, como se p retendesse ellirninal-o do mundo, es– condendo-o de11 tro de si propria, fazendo -o viver <1a sua v ida eternamente, protectoramente. Lourenço tinha a certeza de que só poderi a viver tranquill o, gosanclo g loriosamente o mara– vi lhoso amor da enfe rmeira, desde o dia em que, frente a frente com Olaudio, liquidasse contas com elle. A incerteza em qne sentia-se prostra– do, ignorando os p lanos elo sapateiro, era-lhe bem mai s dolorosa e insuppor tavel elo que a
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