CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

134 J,Jctrq ues ele Oar v1·ilh" eia, aos sabbados, per ·eguiam-n'o com interro– gações a r espeito d'e ·sa vizivel mudança p o r que e tava a passar-lhe o gen io out r 6ra tão ex– p ansivo e barulh ento; ma o rapaz ob ·t inava- e em nada referir-lhes, com uma ponta de vergo– nha a deter-lhe a palavra. Uma noite, nos braços da irmã, esforçava– se por adormecer em excessos prazenteiros a tenacidade dos seus temores. Apcza r, po rém, das t entativas que fazia para concentrar o pensa– mento inteiro na deli ciosa operação que estava executando, não podia d omina r-se em certos momentos e, com uma distracç·ão. ew,iv el, entra– va a suppór hypótheses d e uma a_gg ressão do Claudio, formúlando proj ectos sufficieotes para o:fferecerem-lhe a devida r esistencia. Notou a enfermeira a descaída do rapaz, antigamente solícito em extremo para proporcionar-lhe toda a ordem ele prazer, p or mais r equin tado e tra– balhoso que fos . e e perguntou-lhe, entre d ,>is offêgos, d etendo -se ele sub ito, afasta,ndo para t raz a cabeça e fitando-o escrutadoramente : -Que tu tem ? · - Nada, meu anjo 1 - ada, não, Lour enço ! 'l'u t em alg uma coisa que t'entrist ece ! D eixa 'star : j á não pos– so sabê os t eus egredo '! .... Que se deixa se de tolices, objectava o ou– tro, afagando-a com ternura, para a não enfa– dar. O que abh orrecia-o era um ce r to nego ·io de pequena importancia, que. nã( , merecia o tra– balho de ser mencionado. Como, porém, a ra – pariga me:r;ieiasse a çabeça, n'uma exp ressão in– c réclula : -Pois bem !-exclamou desab ridamente, muito n er voso e rouco, a sacudir-lhe os hombros com as mãos crispadas. Queres saber, não ,' . ,

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