CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

130 JJinrqnes rle Ca r vetl/10 . ua constancia, da pertinacia com que a de <'\ja– ra e soli citara até con ·eguir pos. uil-a do novo, em pleno ar, como a· besta -féra8 no cio, r olan– do pelo chão nos paroxi i:;mos an imaes do goso requin tado. Não havia fugir ao desti110, repre– sentado n'aquelle homem fatal, que sobre ell a eomeçava a exercer tão sali ent ada p reponderan– cia. A sua sorte já estava traçada, com certeza, pelo poder que r egula todos o. movimentos hn– manos, indepenrlentemente da vo ntade. A sua super ·tição levantava-se ·mai · uma vez cheia de força, victoriosa e enerva11 te, a dar-lhe 11ma omptehen . ão piégas e cl esfall ec ida do futu– r o. io poderia fugir ao dominio d'es a força sobrenatural, que ella previa irresistível, a dis– pôr li vremente da sua existe ncia. Que fazer? H av ia de reeignar- e a tudo, n'uma passividade de inconscien te, ob P-decendo á rli , posição celes– tial da divindade. Agora, que possuira-a nova– mente o irmão, entregar-se-ia a elle, Sl:' JU forças para r ea.gir, p erseguida como estava pelo pavor do in cognoscivel, da myst.eriosa snperstii;:ão fa– natica e boçal que empolgava-a toda inteira, aprisionando-lhe o entendimento e a vontade. Fize se-se o que D eus mandasse ! . D'aquelle domingo em deante começou uma vida completamente nova para ambos. Amaram– se e procuraram- e como dois esposos. Lourenço~ r c>jubilado, victorioso, remoçara a subitas, com um festivo prazer barulhento e r econfortante. Empregou-se logo, entrou a tra– balhar assiduamente. E gastava á larga com a

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