CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

.120 Mm Ql{BB llB 0(irvrillto escaldava a pelle. E ntrou a tremer de susto, de c omrno9üo, :jun to (~ innit imp n,HHiv el, n.b y,u n o.cl o. n'aqucllo deleitoso ooMorto proporci onaçlo pelo matin al passeio. Onde teri a est ado aquelle homem ? come– çou Lourenço a meditar, em quanto o trem, muito veloz, seguia pela estrada do Marco, la– deando os mattagaes do bosque municipal. Qu fizéra durante cêrca de t rez annos sem apparece1·, sem incommodal-o para vingar a honra ul t raja– da pela amigação com a Antonia ? E quaes se– riam os seus p lanos, ago ra que, vindo das band a ·· da floresta virgem, apresen tava- se na cidade? Por certo que s6 uma grande resolução poderia dirig ir-lhe os passos, encaminhal-o novamente para Belém, ap6s alguns annos de mysterio a ausencia. 'l'inha vagos rflceios ele uma cilada elo mulato, qüasi convicto ele que não deixaria Çlaudio de procurai-o, para chamal-o a cont,ts v ingativamente. E o que re olveria, afim de reagir ao at aque do marido de Antoni a? Um frio de covardia escorregava-se -lhe pelo sang ue, dei– xando-o perp lexo a braços com a mais tíbia das indecisões. A sombra d 'esse desgraçado . que, ~ssim como p eregrino de longe · terras, ch ega– va de calço, cober to de poeira, r ôto dos espinhos da floresta, erg uia-se impor t unamente deante da sua vida futura, como a ameaçar-lhe toda a felicidade por vir, que ell e, Lourenço, ph:rntasia– va adoravel nos braços da encan tadora H or ten– cia. L cmbl·ava-lhe tambem- e ag ora com um poncochinho de t ravosa , audad , merencori a e nublada,- as infinitas alegrias das suas relações com a Antonia, tr ez annos antes, quando uma completa paz aformoseava-1,he a existeocia in– t ~ira .em os braços da b ella mulata, Cttjo marido ne~ sonhava ae deliciosas abominações adúlte-

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