CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

ns Marqu,es de Carvalho E de toda a sua elegante p essoa escapava-se um e:fijuvio de juventude olente e satisfeita. Lourenço caminhava a seu lado em traj e doming ueirn : botas envernisadat:1, calça preta_, camisa muito alva e cuidadosamente engomma– da,- sem colleirinho, sem paletó, nem gravata. Uma pontinha de impaciencia dava-lh e ao corpo tremuras nervosas, agitava-o todo contra von– tade, na esperança do supremo prazer para o qual dirigia-se em companhia da irmã. L evava uma trouxa de farinha, formada com um lenço lavado; e caminhava apressad0, n'um exacerba– ção contra si proprio, por ter acordado um pou– uo tarde. Seguiam pela comprida estrada, sem con– versar, olhando mudamente os bonitos jardim– zinhos que precediam as risonhas fronta rias das casas burguezas e endomingadas na sua tranquil– lidade dos dias de descauço. Hortencia detinha– se ás vezes um instante junto ás grades, esten– dia um braço por entre os varões de ferro pin– tados de verde e colhia uma flôr, aqui e além, com ás quaes formava um ramo para fincar nos cabellos. Nas esquinas abriam-se as portas das taber– nas e os pi-oprietarios e petav am nos pr6gos dos cunhaes amostras de alguns generos reputa– dos merecedores de serem postos em evidencia. Vaccas leiteiras passavam bamboleando os qua– d.ris, sacudindo os seus chocalhos annunciadores, seguidas pelos vitellos açaimados, que mugiam ti-ist emente farejando as t êtas pesadas. No largo de Nazareth pararam, para Lou– renço comprar n'um açougue já aberto a car~e que deviam levar para a refeição do meio-dia, na :floresta. Fôram depois até á estação da Companhia

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