CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

110 ,ll<irqnes ele Oar,vtillw gas da rapaziada. Se fosse no seu t empo, sim ! Ah! seu tempo, seu tempo! E o rosto inteiro da velha illuminava-se todo, como refiectindo interno clarão de jubilos e pra– zeres do passado repentinamente relembrados pelo convite dos filhos est1·emecidos. Mas batiam á porta, com força e insisten– cia. Uma voz roufenha e arrastada vinha do corredor, com as suas modalidades ·de clarim rachado soprado com força. ---"--Üra 'hi vem seu Pedro Alves co' a ca– mué~a ! disse Hortencia a lastimar-se.. Entretanto, apparecia na varanda uma alta pessoa de cabeça encanecida, toda bamboleantP sobre o peito que arfava com força. -Muito bôas noites, rapaziada, saudou com esforço. -As mesmas, seu Pedro, respondeu Maria.. -Então como vae? perguntou Lourenço, dirigindo-se ao ébrio, que deixava-Recair senta– do em um banco d'acapú, a olhar indecisamente as pessoas que tiuha deante de si, com um fio de baba escura e gosmenta a escorrer-lhe do canto da b,>eca feridenta para o peito cabelludo, sobre o qual a camisa abria-se por falta de botão na gola. -Eu? perfeitamen .... te, moleque ! Que tens comi i i isso? Um homem, ou bem qu'é da purria, ou bem que não é.... Eu cá sou as– sim. Vim do pi .... fãão ... Mulato velho não cae com pouca bucha, ora merda ! Vocês não gostam da branca, seus safados? .... Olhem .... olhem que a pinga dá vida ao .... avô torto elo partido conservador do ceu .... 1:eus liberal de merda! Todos olhavam aquelle infeliz com uma compaixão extrema; Hortencia ria-se um pouco,

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