CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

108 111:arqiLCs i/,e Cw·uallw confiança repentina sacudiu-lhe o sang ue na. fontes , incendiando-o. Possuil-a-ía alguem n'aquelle momento? Os zelos abalaram-lhe o ce1·ebro, deram-lhesoídos confn ,·o e como que distantes ao craneo, per to dos ouvidos. Mas um b arulho de chinellas feminís fez -se ouvir na pedra do patamar da entrada e Horten– cia penetrou na varanda, com a trouxinha á ca– beça, saudando : -B'ás noites ! . Uma alegria fez sorrir o rapaz tranquilli– sado. -Seja b em apparec ida, nba dona !-disse, a zombet ear com'icamente, muito· satisfeito por tel-a, emfim, a seu lado, após uma semana ele separação. Que não podóra vir mais cedo ; uma opera– ção, á tarde, n'um homem que t inha uma n6ris– ma na p rna e querela, havia-lhe dado muito que fazer até :'.i,s 6 horas ; depois, prepara-s 11 üo prepara-se, ·vem não vem, _chegava áquella hora a casa. -E agora, terminou, t6ca a conversar, se u Lourenço, muito socegado, sem molecage qu'a nha mãe 'stá occupada na conta da Toupa lavada. E foi beijar a velha, após h aver dado um fór t e puxão ao nariz do rapaz, com os dedos ner vosamente apertados. Conversaram longamente sobre assumptoR banaes, que, todavia, p areciam iuteressal-os muito, pela attenção com que d'elle . tratavam. Falaram tambem do tempo, das b ellas manhãs que fazia então, desde o começo do mez. Que um passeio de madrugada pelo Marco– da.-legua a f6ra havia de ser coisa de arromba, opinou Lourenço, com uma soffregnidão no olhar com que envolveu o rosto de Hortencia.

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