CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.
1 ܱ Jfo1·q11es de Can•a,l110 yos e fazia-a sentar u'nm t rapc io que armára no quintal, proximo á cêrca do fundo. R evela– va-se e·ngraçado, carinhoso, pos uidor de innu– meraveis recur os para co,1quista r a attenção e as sympathias elas pessoa. de suas relações. Depois de saírem as visitas, ás 10 ela noit , recolhia-se ao quai-to, ato rdoado p elas proprias palavras explodidas em borbotões ate m.omeu– tos antes, e lançava-, e para o f undo <:h r êde, fatigado, somnol ento, n'nma volúpia fraca ao fundo da qual de lineava- se vagamente o exci– tante p erfil ela deliciosa Hortencia. E ado rme– cia logo, continuando a dormir .até de manhã, quando par tia pa ra o trabalho, em companhia díl. i1·mã, que tomava a direcção da Santa Ca a. Durante a viagem, a sós corri ella, no esp lencl0 r da. manhãs nascentes com a f'Ua ri sonha clari– dade ambiente nas rnaR e praça s por onde se– g ui am e que atravessavam, não atrev ia-se a falar-lhe, desconfiado e p1·evidente. E, se os labios abria Ú' vezes, era .para murmurar qual– qner banal.idade, que não para dizer uma s6 pa– lavra revoladora dos pla nos que combinava para o futu ro. m grande temo r de comprometter– se invad ia-9 agora, na p rcvirlün cia do seu obsi– df>ntc dese jo. R eso lvera insinuar-se a pouco e pouco, dia a dia, no a nimo da irmã, para ir de n ovo conquistando a confi ança que lhe merecera pr imi tivamente. D epois, mai s tarde, hav ia de ::ipo ,lera r-se da F,; ua vontaJr, subj ugai- a sem fn rças ao sen poder, e po ~uil-a g randemente, na louca exv an, ·ão do seu desejo po r tanto t em– po dominado e dissimnla<lo. Oomsigo proprio op inava que H ortencia passaria a per tencer-lhe exclu sivame nte e ,para, empre, no ca, o de consc– gnir a reprodnc~ão do acto eon. n mado n'aguel– la noite em qne a. si ·tira ao e, pecta,cul o no circo.
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