CARVALHO, João Marques de. Hortencia. Pará: Livraria Moderna, 1888. 230 p.

Hortencia 103 f< ubtraíndo- o á vergonha de có rar pela abjecta acção t orpíssima. A sua attit11de em relação a L ourenço apre ·entava a indubitavPI appa rencia .d ' uma r esolução t enazmente dec_idida e da qual não p retendia desviar-se por f órma de nenhuma e2 ecie. • A velha Maria rejubilava-se pela reg~nera– çã o do filho . Em seu amor a rreigado e cego, abençoava-o do fund o do cora9ii:o, ag raq,ece ndo– lhe t ambem o g rande affecto de que dava prova p eran te a irmã, sempre que, duas veze por mez, aos sabbados á noit e, chegava do ho - pital a rapariga, corr. a trouxa de ro upa suj a á cabeça, o rosto afogueado pelo cansa90 da lon– g a caminhada a p é. J amai:,; a ponta de uma des– confiança em relagão á deshonra da filha t inha– lhe e rg uido o p esado socego que, em seu esp i– p irito, exist ia sob re a virg indade de Hortencia . Vivia a tal resp eito com a alma socegada, apre– sentando a t ranquili dade t ranscc-den te e mono– t ona d'um lago apertado entre mon tanhas que impedem a p assagem das f 6rtes bri as. Os domingos eram pas~ados na mais rui – dosa alegria, pera nte a lguns vizinhos acudidos á copa rticipação, reconfo rtante e boa , d'aquell u ventura incomparavel de famil ia feliz. Luu ren– ço a todos iver tia com a ua loqn~lla var iaria e jocosa, ch eia de bons d itos pica re,cos sobre o .factos do meio em que v iv iam e as p essoas dat-: relações da companhia. R elatava auecclota:-, referia acontecimentos, condimentaudo os pe río– dos com p hrases pessoaes, flag rantes e't> rio-inaet; de ve rdade. Inventava divertimen to , etplica– va-os bonacheirouamente, como o h omem supe– r ior que d igna-se elucidar a intelligencia dos que lh e estão subo rd inados. Tinha t ernuras res– pei~osas para a irmã, quando e rg uia-a nos bra -

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